PRODUÇÃO LITERÁRIA

Professores do Uiramutã participam do 5° ciclo do projeto OMUNGA Oficinas acontecem até a próxima quarta-feira na comunidade indígena Uiramutã; o tema agora é Registros Culturais do Meio Ambiente Começou nesta segunda-feira (24), o 5° ciclo do projeto OMUNGA no Monte Roraima, realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto (Semecd), da Prefeitura do Uiramutã. As oficinas vão até a próxima quarta-feira, na comunidade indígena Uiramutã, ao lado da sede do município. A OMUNGA é um empreendimento social que desenvolve projetos educacionais e culturais em todo País. A proposta no Uiramutã visa a produção de livros escritos pelos próprios povos originários, além da criação de bibliotecas em comunidades de difícil acesso. Ao todo serão seis ciclos que ocorrerão no município mais indígena do Brasil em um período de dois anos. O primeiro ciclo aconteceu em abril de 2024. Neste quinto, mais de cem professores do Estado e do município, a maioria indígena, abordam o tema Registros Culturais do Meio Ambiente. Antes da formação da mesa de autoridades, a equipe da OMUNGA, secretários municipais, tuxauas e convidados foram recepcionados por crianças e adolescentes indígenas, que dançaram e cantaram músicas tradicionais no malocão da comunidade. Após a execução dos hinos Nacional, de Roraima e do Uiramutã, em língua macuxi, o coordenador-geral da região das Serras, tuxaua Djacir Melquior da Silva, agradeceu aos alunos pela recepção calorosa. Depois, Orlando Pereira, tuxaua da comunidade indígena Uiramutã, desejou um bom trabalho a todos. Representando a prefeitura do Uiramutã, o secretário municipal de Articulação Política, José Novaes, também agradeceu a equipe da OMUNGA, aos tuxauas presentes, comunidade e professores, desejando sucesso aos participantes. O gestor da escola estadual indígena Júlio Pereira, Márcio Pereira, representou a Organização de Professores Indígenas de Roraima (OPIR). O secretário de Educação do Uiramutã, Damázio de Souza Gomes, cumprimentou a todos, lembrando que “abraçou” a OMUNGA em 2023. “É um compromisso do prefeito manter este projeto tão importante para nossos professores e alunos, pois os livros que estão sendo produzidos pelos próprios indígenas serão publicados em três línguas maternas: macuxi, patamona e ingaricó”, pontuou. Damázio afirmou que a prefeitura mantém o compromisso com o projeto, por isso pediu empenho dos professores. O adjunto da Educação, professor Joeverson Sales, também falou da importância da parceria, que chega à reta final. Empreendedor Social e Fundador da OMUNGA, Roberto Pascoal, contou parte da história do projeto no Uiramutã e finalizou dizendo que “vocês são os guardiões de todo esse conhecimento ancestral, por isso me sinto honrado em contribuir com a construção de memórias”. Doação de livros Após o 6º e último ciclo do projeto, ainda sem data confirmada, serão apresentados dois livros produzidos pelos professores indígenas, um livro fotográfico e um documentário. Ao final das apresentações, a equipe da OMUNGA entregou três mil livros didáticos que foram doados por todas as regiões do Brasil. O material foi destinado a 57 escolas municipais e estaduais do Uiramutã. O tuxaua Djacir Melquior declarou oficialmente aberto o 6º ciclo. Os professores em seguida formaram pequenos grupos e realizaram dinâmicas com uso de ferramentas didáticas. Eles também fizeram leitura de livros e exercícios de escrita e desenho.
Funai lança selos para certificar turismo indígena

Funai lança selos para certificar turismo indígena e fortalecer iniciativas comunitárias REGULAMENTAÇÃO Certificações reforçam o compromisso com a gestão territorial, preservação ambiental e segurança nas comunidades A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) anunciou um novo marco para o fortalecimento do turismo realizado por povos originários em seus territórios. Foi publicada, nesta segunda-feira (24), no Diário Oficial da União, a criação dos Selos Turismo, Ecoturismo e Etnoturismo Indígena, certificações que reconhecem iniciativas seguras, sustentáveis e alinhadas às práticas culturais das comunidades indígenas. A medida, assinada pela presidenta da Funai, Joenia Wapichana, regulamenta e valida projetos que estejam de acordo com a Instrução Normativa nº 3/2015, norma que define critérios para visitação turística em terras indígenas. O objetivo é ampliar a visibilidade, a confiança e a autonomia das comunidades que vêm desenvolvendo atividades de turismo de base comunitária em diferentes regiões do país. Três selos para diferentes experiências As certificações reforçam o compromisso com a gestão territorial, a preservação ambiental e a segurança tanto das comunidades, quanto dos visitantes. Cada selo corresponde a um tipo específico de atividade: Selo Turismo Indígena de Base Comunitária — para iniciativas gerais de turismo em territórios indígenas; Selo Ecoturismo Indígena de Base Comunitária — voltado a práticas ligadas à conservação ambiental; Selo Etnoturismo Indígena de Base Comunitária — destinado a experiências que valorizam tradições, culturas, modos de vida e saberes ancestrais. A Funai será responsável por autorizar o uso dos selos. Projetos irregulares ou com autorização vencida ficarão impedidos de utilizar a certificação, e o uso indevido poderá resultar em sanções legais. Valorização cultural e fortalecimento das comunidades O turismo em terras indígenas promove não apenas o encontro entre visitantes e a diversidade cultural dos povos originários, mas também estimula a preservação ambiental e o respeito aos modos de vida tradicionais. Além disso, representa uma importante fonte de renda e autonomia para as comunidades — uma realidade que se conecta ao fortalecimento de iniciativas de base comunitária em outros contextos sociais, como periferias e favelas, onde soluções locais desempenham papel fundamental na redução de desigualdades. Ao certificar o turismo indígena, a Funai amplia as possibilidades para que mais pessoas — inclusive moradores das periferias urbanas, que historicamente enfrentam barreiras de acesso ao turismo — possam viver experiências profundas, educativas e alinhadas à sociobiodiversidade brasileira.
Inscrições para seletivo indígena vão até sexta

Inscrições para seletivo indígena com salários de até R$ 4,5 mil seguem abertas até dia 28 EDUCAÇÃO DO ESTADO Professores licenciados receberão salário de R$ 4.577, com carga de 30 horas Seguem abertas até o próximo dia 28, as inscrições para o processo seletivo da Secretaria de Educação e Desporto de Roraima (Seed) destinado à contratação de profissionais indígenas para atuar nas escolas da rede estadual em 2026. São ofertadas 994 vagas distribuídas entre professores de diferentes modalidades, auxiliares e cuidadores, além da formação de cadastro reserva. As vagas são para professores dos anos iniciais e finais do ensino fundamental, ensino médio, EJA, docentes de língua indígena e professores bilíngues, além de professores auxiliares e cuidadores de alunos. A lotação será feita conforme a demanda das escolas indígenas em todas as regiões do estado. O salário varia conforme a formação e a carga horária semanal do profissional. Entre os valores, estão previstos no edital: Professores licenciados – até R$ 4.577,36 (30 horas); Licenciatura em formação (5º semestre) – R$ 3.635,81; Professores com nível médio – Magistério – R$ 3.635,81; Professor auxiliar – até R$ 3.792,94; Cuidador de alunos (Apoio Escolar) – R$ 1.800,00 (30 horas). A carga horária varia entre 16h, 25h e 30h, dependendo da função e da necessidade da escola. Inscrições online e presenciais As inscrições podem ser feitas de duas formas. Pela internet, o candidato deve acessar o endereço educacao.rr.gov.br/seletivo-indigena e enviar toda a documentação exigida, em arquivo único, até 23h59 do dia 28 de novembro. Também é possível se inscrever presencialmente, das 8h às 17h, no Departamento de Educação Escolar Indígena (DEEI), localizado no prédio administrativo Princesa Isabel, no Centro de Boa Vista. Para algumas funções, como professor bilíngue e professor de língua indígena, a inscrição presencial é obrigatória, pois inclui avaliação oral e escrita na língua da comunidade, e etapas eliminatórias previstas no edital. Quem pode participar O processo é exclusivo para candidatos indígenas. Entre os requisitos básicos estão: ter mínimo de 18 anos; apresentar documento de identificação indígena (RANI, certidão indígena ou declaração da comunidade); apresentar Carta de Apoio da comunidade e da OPIRR, ambas atualizadas para 2025; comprovar escolaridade compatível com o cargo pretendido. Cada candidato só pode concorrer a uma vaga, sendo vedadas inscrições duplicadas. A contratação será temporária, com vigência de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2026. Cronograma Após o fim das inscrições, a Seed prevê divulgar a lista de inscritos no dia 2 de dezembro. O resultado preliminar da avaliação de títulos sairá no dia 9 seguinte e a classificação final está prevista para sair no dia 17 de dezembro.
O município iniciou a construção coletiva do Plano de Ação que orientará políticas públicas voltadas a crianças e adolescentes.

A primeira edição do Fórum Comunitário do Selo Unicef ocorreu nesta sexta-feira (21), no município de Uiramutã. O encontro marca o início do planejamento das políticas públicas de proteção à infância e adolescência. Reunindo autoridades, lideranças indígenas, representantes da sociedade civil e instituições que atuam com o público infantojuvenil, o evento abordou discussões voltadas para a garantia de direitos para crianças e adolescentes. A articuladora do Selo UNICEF em Roraima, Ismitiely Sousa, e o vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCAR/RR), André Paz, participaram do encontro, onde foi apresentado o Plano de Ação que será executado entre 2025 e 2028 pelas secretarias municipais e pelo Núcleo de Cidadania de Adolescentes (NUCA). Selo UNICEF É uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância que reconhece e incentiva municípios do Semiárido e da Amazônia Legal a aprimorarem suas políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes. A certificação considera a evolução dos indicadores sociais e os avanços das gestões municipais em áreas como saúde, educação e proteção. O objetivo central é reduzir desigualdades e promover o desenvolvimento integral da população infantojuvenil, garantindo acesso a serviços essenciais com mais qualidade. O vice-prefeito Jeremias Lima (Rede) explicou que a administração tem buscado alcançar regiões sem cobertura do poder público. Ele citou como exemplo, o trabalho do programa Busca Ativa Escolar. “Chegamos até a região do povo Ingaricó, que não era cadastrada no Censo e não estava no sistema educacional. Hoje está inserida. A prefeitura continua investindo em educação e saúde”, disse. Etapa obrigatória para certificação Organizado pela Comissão Intersetorial do Selo Unicef e pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), o Fórum é uma exigência para que o município seja certificado pelo Unicef no atual ciclo. A iniciativa prevê que gestores, sociedade civil e adolescentes participem ativamente da elaboração das metas e ações. Além de lideranças indígenas e servidores municipais, o evento contou com a presença de conselheiros tutelares, representantes dos conselhos municipais, crianças do Serviço de Convivência, militares do 6º Pelotão Especial de Fronteira do Exército e equipes da Polícia Militar.